Gosto muito de cozinhar. Tão simples quanto isso! Lembro-me de mim na cozinha, desde sempre. Não por obrigação, mas pelo prazer de experimentar infinitas combinações de ingredientes e confirmar que se os deixasse na temperatura certa o tempo necessário, teria o resultado pretendido.

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Comecei pelos bolos. Ainda muito pequena, batia os ovos com o açúcar, depois a manteiga e a farinha, e descobria aos poucos a alquimia daquele laboratório. Achava-me graça e ao que saía das minhas mãos.

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Mais crescida, aventurei-me nos pratos principais e apaixonei-me pelos livros de receitas. Durante a adolescência, já era eu quem tratava de organizar e cozinhar o que seguia para a mesa em dias especiais de celebrações.

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E foi sempre assim. Até que dei por mim a preparar as festas de aniversário da minha filha. Nesses dias, lembro-me que havia sempre alguém a perguntar: “Mas fizeste mesmo isto tudo sozinha? E por que não te dedicas só à cozinha, de forma profissional?”

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Para mim, cozinhar era “apenas” um prazer, uma diversão. Até que aquela ideia foi germinando e começando a fazer sentido. O trabalho, como administrativa numa empresa, nunca me tinha dado especial prazer. Porque não transformar a cozinha no meu escritório e descobrir o que é gostar de trabalhar?

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Foi há 20 anos que dei esse passo. Desde essa altura, forneço bolos e sobremesas a vários restaurantes, preparo doces e salgados para festas de aniversário ou menus completos para jantares especiais e eventos vários.

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Em tudo o que faço, mantenho o mesmo cuidado e o mesmo prazer que tinha ao cozinhar as imensas coisas boas que enchiam a mesa nas festas de anos da minha filha.